Lançamento do livro

Lançamento do livro

RUBEM VALENTIM (1922-1991) - Sagrada Geometria

Rubem Valentim: sagrada geometriaé o primeiro livro dedicado ao artista com mais profundidade, segundo seu autor, Bené Fonteles. No ano de seu centenário, a Pinakotheke resgata a sua obra pela perspectiva de sua es-piritualidade. Valentim queria essa conexão sagrada em complementação com a estética.

Rubem Valentim é um artista essencial para uma melhor compreen-são da tradição afro-brasileira; e Bené Fonteles, seu principal estudioso e interlocutor por sua conexão espiritual. A pedido do artista, Bené torna–se o Ogã (palavra que vem do iorubá e significa “Senhor da minha casa”) do terreiro de Valentim. Aquele que cuida de sua vida e, em consequência, de sua obra. É mais um caso de amizade que a Pinakotheke torna visível!

Em 1963, Valentim foi morar na Europa, precisamente em Roma, onde conheceu Giulio Carlo Argan (1909-1992), o grande teórico da arte moderna. Na ocasião, estava sendo criado o Museu de Arte Moderna de Roma, no qual Valentim teve três obras adquiridas pela nova instituição. Ao retornar ao Brasil, dá início a uma série de obras, transformando suas pinturas em relevos.

Bené Fonteles conheceu Valentim em 1977, ambos participando da XIV Bienal de São Paulo. Valentim expunha o “Templo de Oxalá”, uma instalação constituída de um painel de fundo azul com relevos brancos e esculturas móveis em madeira pintada branca, a partir de elementos sim-bólicos da cultura popular e da semiótica afro do Candomblé. Sem dúvida nenhuma, sua obra mais emblemática pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna da Bahia.

Em 1978, Bené vai morar em Brasília e, desse modo, pôde partici-par dos momentos marcantes de sua carreira, tornando-se seu herdeiro intelectual. Segundo o autor, “a casa do artista era um lugar sagrado. Sua arquitetura tinha a forma de uma cruz. Seu interior lembrava mais um mo-nastério. Ele vivia uma vida monástica, desde a sua alimentação até a sua forma de descansar. Seu quarto era uma cela, de extrema simplicidade. Tinha uma vida totalmente devota ao espiritual. Seus livros eram basica-mente espirituais e filosóficos, em que o artista criava os fundamentos para a sua produção”.

 
O artista sempre desejou ter um espaço destinado à sua obra. Para tanto, ao longo da vida, destinou 157 obras para a formação do núcleo principal dessa coleção ao cuidado de Lúcia Alencastro, sua esposa, pio-neira em arte-educação e fundadora da Escolinha de Arte do Brasil junto a Augusto Rodrigues (1913-1993). A fim de concretizar o sonho, comprou em Brasília um grande terreno na Asa Sul para construir o centro cultural. Infelizmente não foi possível, o que lhe causou uma grande frustração.
 
Aproximou-se também dos concretistas. Foi amigo de Hélio Oitici-ca. Valentim expõe com Waldemar Cordeiro em Roma. Sua produção era baseada de modo obsessivo na construção e na desconstrução dos sím-bolos que inventava. Havia, por exemplo, o alfabeto kitônico (que significa energia do centro da Terra), constituído de 15 símbolos, nos quais explicita o sincretismo religioso brasileiro, mas sempre de maneira abstrata e ge-ométrica. Elementos da Umbanda e do Candomblé povoam suas peças e ajudam a construir um universo muito particular, formado por linhas retas, triângulos, círculos e quadrados.
 
Ao longo de sua vida artística, participou de Bienais e exposições no Brasil e no exterior. Sempre teve o respeito e o reconhecimento de sua obra. A Pinakotheke sente-se honrada em publicar este livro essencial para uma melhor compreensão do artista quando se comemora o centenário de seu nascimento.
 
A edição conta ainda com um primoroso ensaio fotográfico de Chris-tian Cravo, realizado com obras do acervo do Museu de Arte Moderna da Bahia durante a pandemia, o que proporcionou uma dramaticidade mar-cante no momento de sua produção. E, com o apoio do Itaú Cultural, entre-gamos esta publicação, que, sem dúvida, se constituirá uma fonte biblio-gráfica essencial.

ESPAÇO EXPOSITIVO

NOTÍCIAS

REVISTA MUSEU

Pinakotheke São Paulo lança livro e faz exposição sobre Rubem Valentim

Para celebrar o centenário desse extraordinário artista, que fez do sagrado sua vida e obra, será lançado um livro com 292 páginas, com consultoria de Bené Fonteles, amigo mais próximo e que acompanhou por duas décadas Rubem Valentim, nascido em Salvador, em 9 de novembro de 1922, e falecido em São Paulo, em 30 de janeiro de 1991.

JORNAL DO BRASIL

A Pinakotheke São Paulo lançará nesse sábado (2), às 11h, o livro “Rubem Valentim (1922-1991) – Sagrada Geometria” (Edições Pinakotheke), bilíngüe (port/ingl), com 292 páginas, em formato 21 x 27cm, apresentação de Max Perlingeiro, e texto de Bené Fonteles, amigo mais próximo e que acompanhou por duas décadas Rubem Valentim, extraordinário artista, que fez do sagrado sua vida e obra.